Contribuição ao Núcleo Terra Cambará Jean Marcelli
Fotografia Leonardo Roseira e Eliezer Villard (Jekyll+Hyde)
Revelação Luan Peck (Jekyll+Hyde)
Figurino Juliana Batista (Jekyll+Hyde)
Maquiagem Pamela Longarai (Jekyll+Hyde)
Ator Coadjuvante Lucas Ribeiro (Jekyll+Hyde)
Ator Diego André Andriotti (O Marido do Dr. Pompeu)
Atriz Coadjuvante Natala Graziela (O Analista de Bagé)
Atriz Taíse da Silva (O Marido do Dr. Pompeu) Janaína Morais ( O Analista de Bagé)
Mensagem Educativa A Rua da Rapadura
Melhor Roteiro Jekyll+Hyde
Melhor Direção Janaína Morais e Gabriel Nunes (O Analista de Bagé) Thiago, Gabriela e Laura (Jekyll+Hyde)
Melhor Filme de Ficção Jekyll+Hyde
Homenagem do Festival The Vicário Brothers
Melhor Filme A Rua da Rapadura
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Festival de Vídeo no Augusto Meyer A comunidade do Colégio Estadual Augusto Meyer participou, no dia 28 de novembro, da festa de premiação do Festival de Vídeo Estudantil “A Fonte” de 2009. De acordo com o coordenador do Núcleo de Vídeo Terra Cambará, professor Roberto Silva, a escola é a maior produtora de vídeo estudantil da Cidade, por isso organizou uma bela cerimônia para premiar os trabalhos. Os jurados Rejane Rataeski, Márcio Sita, o próprio Professor Roberto e o aluno Luan Peck entregaram os prêmios. O grande vencedor foi a produção “Jekyll+Hyde”, adaptação da obra “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevensson, que ganhou oito estatuetas (maquiagem, figurino, ator coadjuvante, roteiro, direção, fotografia, ator revelação e melhor filme de ficção). O troféu de Melhor Filme ficou com o documentário “A Rua da Rapadura” (vencedor também do troféu por Mensagem Educativa), que conta a história da atual Avenida Breno Guimarães. Os alunos elegeram pelo voto popular o vídeo “O Analista de Bagé” (que levou também o troféu de melhor direção e atriz coadjuvante). Para o professor Roberto Silva, este é o verdadeiro coroamento de uma proposta inovadora em educação que vem ocupando cada vez mais espaço nas escolas do Município. Na foto, os vencedores do Festival com seus troféus; à frente, o Professor Roberto.
Nunca me esqueço do Oscar de 1999. Há dez anos atrás vivíamos a expectativa do coroamento da dramaturgia nacional com o mais badalado prêmio da sétima arte para a nossa primeira dama do teatro: Fernanda Montenegro. Mas, como diria Fernando Meirelles anos mais tarde, "era a festa deles, feita para eles"; e a grande Fernanda Montenegro venceu Maryl Streep, Kathy Bates e perdeu para Gwyneth Paltrow. Sim...a mocinha anoréxica do "Shakespeare Apaixonado"! Ninguém do juri da Academia pesou a experiência, a carga dramática e a força que a personagem Dora, de Central do Brasil, exigiu de Fernanda. Preferiram coroar a mocinha loirinha, esguia em seu personagem fútil como a trama do filme. Que critérios, então, usaram? Já se passaram dez anos e ninguém sabe. O que melhor explica é a frase de Meirelles.
Nós, Cambarás, jamais esqueceremos a oitava edição do Festival de Vídeo Estudantil de Guaíba e Mostra de Cinema. Não por termos sido laureados como outrora. Na verdade repetimos, saímos com apenas um troféu a menos que em 2008. Mas porque a comissão de, no máximo, duas pessoas deste evento nos mandaram uma mensagem: "essa festa não é pra vocês!"
Assim como aconteceu no Oscar de 99, pessoas inusitadas venceram outros mais "guaribados". Preferiram o mocinho dançando o funk da galinha ao trabalho fruto de um ano de intenso estudo e aprofundamento em literatura. As referências visuais de um mundo de sombras refletidas na parede, a que chamamos de twiter, prevalecem sobre a palavra escrita. Mas, como disse Meirelles, "a festa é deles" e, por isso, podem fazer a releitura que quiserem do regulamento.
Somente uma indicação foi dada ao Núcleo Acadêmico, a de melhor roteiro adaptado (creio eu, porque na hora da indicação misturaram Roteiro com Roteiro Adaptado, numa pura mostra de relaxamento e despreparo)para "O Marido do Dr. Pompeu". Mostrando que nossa fórmula não se enquadra dentro do tipo de trabalho que quem organiza esta parte do Festival quer que participe.
"A Festa é para eles" por isso entendemos que lhes toca profundamente verem alunos fazendo vídeo, mesmo sem saber muito da técnica ou como se dá o processo audiovisual e sem o apoio da escola. Pois sabemos que foi assim que começaram a produzir os organizadores do Festival. Então ver um cara dizer que "nem sabe como organizou a ideia, simplesmente fez", os faz ter a nostálgica sensação de voltar no tempo. Logo, trabalho em que a escola organiza um setor para a produção audiovisual é visto como algo de fora deste mundo.
"A Festa é deles e para eles!" Por isso, continuemos no nosso caminho. Afinal, está ficando limitado demais achar que um Festival vai nos avaliar e dizer se estamos no caminho certo ou não. Por isso: Todos na Escola no dia 28 de novembro, às 14h para premiar os melhores do ano no Festival "A Fonte" 2009!
Assim como o Oscar de 99 não pode ser parâmetro para dizer que Gwyneth Paltrow é melhor atriz que Fernanda Montenegro, O Festival de Guaíba não pode ser usado como prova de que brincadeiras de finais de semana sejam mais sérias que um projeto que é referência pedagógica nacional.
Agora as boas notícias
Parabéns aos premiados, que sobreviveram ao filtro pré-jurados:
A Cartomante - 3º Lugar - Ficção na Mostra Alternativa (contra os profissionais declaradamente profissionais)
Os Leões de Uma Nação - 3º Lugar - Documentário (quando os jurados puderam ver nossos trabalhos, gostaram) Valeu Rosyyyyyyyy e Rickyyyyyy!!!!
Colégio Estadual Augusto Meyer - Homenagem Especial (volume de trabalhos inscritos)
Foi com muita emoção que recebemos a notícia do inédito 100% de classificação dos nossos vídeos no Festival de Guaíba. Somos filhos desta terra que por vezes é inglória conosco. Esta já é uma vitória histórica em quatro anos de luta. Finalmente somos reconhecidos como foco cultural do município. Não falarei de expectativa de premiação, prefiro degustar como se fosse o melhor dos vinhos dos campos franceses esse fato.
Mas não me surpreende ao todo. Somente os vídeos que cumpriram a risca seus calendários de gravação e edição foram inscritos. Portanto, nenhum foi terminado às pressas pra participar do Festival. Quem não conseguiu, ficou para a mostra interna, em novembro e para o Festival 2010. Prova de que a disciplina e a organização são chaves para projetos vitoriosos.
Nos enche de esperança ver as escolas do município valorizando a produção audiovisual.
Parabéns, Guaíba. Na semana do teu aniversário de emancipação, teus filhos mostram que querem cultura, que fazem cultura. Pena que quem te governa custa a enxergar isto.
E mais um Festival de vídeo estudantil vem aí. E mais uma vez participaremos em massa. É assim desde 2005. Estamos chegando ao número ideal de trabalhos, nem o absurdo de 24 em 2007, nem os dois mirrados de 2006. Sete trabalhos representam o Núcleo Terra Cambará na oitava edição. Vamos apresentar os trailers em breve, mas faremos uma análise breve dos nossos representantes: Pôquer Interminável (105) - A história de cena única quase nos faz sentir num teatro. Corre por fora. O Analista de Bagé (106) - A produção mais religiosa que já fizemos. Cumpriu todas as datas. Mesmo assim, o texto poderia ser melhor explorado pelas personagens coadjuvantes, como os jurados analisam bem mais a atuação do que a produção, vai pesar na seleção. O Marido do Dr. Pompeu (107) - Outra produção "reloginho", seguiu a risca seu calendário. Diego André excelente e convincente. Taíse mostrou muita naturalidade. Boas chances de classificação. Hipocrisia (110) - Yes, a noite também faz vídeo! Nossa primeira experiência em propaganda educativa. Boas chances. Os Irmãos Vicário - A Vingança (Vicário Brothers - 202) - A história do Gabriel Garcia Marquez contada em forma de reality show ficou revolucionária. O único problema de ser revolucionário é não ser entendido no seu tempo. Mas não vai ter explicação desclassificar este vídeo!
Mais dois trabalhos na mostra alternativa. Aí, meu nego, só rezando mesmo! Há muito discordo da forma como é feito, mas....
A Cartomante - Nossa super-produção que já rodou o mundo com certeza não poderia faltar. O capricho da produção, da fotografia e a fidelidade ao clássico de Machado de Assis mereceriam pelo menos a classificação. Herdeiros de Sepé - Documentário sobre a gênese do Dtg Caiboaté. O interessante dele é que ele valoriza o estar junto numa competição, minimizando a importância da vitória. Incógnita total.
Posso dizer que a qualidade de todos os vídeos justificam a classificação de todos. Sinceramente, dá pra arriscar um inédito 100% de classificação na estudantil. Embora o Analista e o Pôquer tenham menos chances que os outros. Isso na Estudantil Juvenil, porque na Alternativa simplesmente não dá pra saber, uma vez que a Organização do Festival tem o péssimo costume de misturar produções amadoras como as nossas com as profissionais - de agências de publicidade atrás de currículo, que nunca comparecem à premiação - e universitárias. Parabéns a todos que conseguiram aprontar a tempo. Para quem não conseguiu inscrever, vem aí o nosso Festival "A Fonte" que é a grande mostra para a nossa comunidade!
Curta guaibense será exibido em Gramado A Cartomante será exibido durante o Gramado Cinevídeo
O curta realizado por professores, alunos e membros da comunidade do Colégio Estadual Augusto Meyer, de Guaíba., participará da mostra AGAUVI (Associação Gaúcha do Audiovisual) durante o Gramado Cinevídeo na serra gaúcha. A Cartomante é um vídeo adaptado do conto homônimo de Machado de Assis feito em homenagem ao centenário da morte do autor no ano passado. O trabalho participa de vários festivais de vídeo pelo Brasil e exterior. A mostra AGAUVI será no dia 13 de agosto, quinta, e conta com 22 trabalhos de todo o Estado. Para o diretor do filme, o professor Roberto Silva, o fato representa a inserção de Guaíba no contexto audiovisual do Estado, que não para de crescer. “É importante estarmos presentes nestes momentos num contexto de crescimento do cinema no país e no Rio Grande. Definitivamente: só não vê o potencial de produção audiovisual guaibense quem não quer.” Afirma o professor.
(inspirado no livro "Crônica de Uma Morte Anunciada")
Logo no início da história o autor nos anuncia a morte, portanto já sabemos que a morte é certa, não há expectativa quanto a isso, mas esta revelação antecipada em nada diminui a curiosidade do leitor quanto ao final da história. A história se desenvolve numa cidade do interior da Colômbia. Todos se preparam para o casamento de Bayardo San Roman com Ângela Vicário, mas durante a cerimônia descobre-se que a noiva não era mais virgem, fato que a desonrava. O noivo, descontente, devolve Ângela a sua família e sua mão Pura Vicário a esbofeteia até que ela conta que quem a desonrou foi Santiago Nasar. Seus irmãos Pedro e Pablo partem para vingá-la. Logo, a vítima é Nasar, filho único, rico e solteiro, que desde pequeno tinha estranhos sonhos com árvores, fato que aqui aparece como mau presságio. O que mais impressiona na história é o fato de toda a comunidade saber que o crime acontecerá. Eles sabem quem, quando e onde, e todos acham revoltante, mas ninguém o impede pois todos tem segredos a esconder, e se escondem atrás de seus telhados de vidro. Aqui o autor mostra sua habilidade em trabalhar com a psique humana. Ao longo da história ele nos descreve o lugarejo, fala sobre os costumes e valores presentes nesta comunidade, e como essas pessoas sentem e pensam. O narrador não se identifica, mas sabemos que é alguém que conhecia Nasar e os outros envolvidos. O grande mistério do livro é, na verdade, quem desonrou Ângela, já que esta mentiu, aparentemente para proteger o seu amado.
Quanto às circunstâncias em que a obra foi criada, vale lembrar que ele aconteceu quase de maneira casual. Conforme nos relata Harold Bloom (2002, p. 262), Mary Shelley e seu marido Percy estavam passando o verão de 1816 às margens de um lago na Suíça e tinham como vizinho o poeta Lord Byron1. Durante as noites ou quando o tempo não estava propício aos passeios, os amigos reuniam-se para ler histórias alemãs de fantasmas e discutirem teorias científicas que estavam em propagação naquela época, como, por exemplo, o galvanismo2 e as experiências do Dr. Erasmus Darwin (avô de Charles Darwin) no campo das leis da vida orgânica. No fulgor das discussões, eles chegaram a cogitar a possibilidade de se reanimar um cadáver. Para passar o tempo, Byron propôs que cada pessoa presente (ele próprio, seu amigo Polidori e os Shelley) escrevesse uma história fantasmagórica. Sob a influência das histórias lidas e das discussões filosóficas e científicas, Mary Shelley conforme ela mesma diz, “viu” em uma noite que estava com insônia a cena principal de sua história: um jovem cientista apavorado diante da criatura disforme que acabara de dar vida. No outro dia, Mary disse aos seus amigos que tinha pensado em uma história e escreveu um conto de poucas páginas que se iniciava com a frase: “It was on a dreary night of November [...]” (SHELLEY, 1996, p. 25)3 que, na versão definitiva da obra, está localizada no início do capítulo V, página 25, onde justamente a Criatura recebe a vida. Entusiasmados com o que leram, os amigos, e principalmente o marido, incentivaram-na a transformar aquele conto num romance, que foi publicado pela primeira vez em 1818. A idéia de Mary Shelley foi a melhor que surgiu no grupo naquele momento e a única que foi concluída.
Depois de alguns dias de repouso no navio, Victor Frankenstein decide contar a sua história para o capitão, com a finalidade de não deixar que a busca desenfreada pelo conhecimento e sabedoria arruinasse a vida de Walton. Victor conta sua vida desde quando era pequeno. Relata como sua amada Elizabeth entrou para a família; como procurava descobrir a origem das coisas; a morte de sua mãe e o desejo dela de que Victor e Elizabeth se casassem. Antes de se casar, no entanto, Victor vai para a universidade em Ingolstadt estudar medicina. Após dois anos de estudo, decide estudar Fisiologia e descobre como animar a matéria sem vida – devido às conseqüências catastróficas de tal descobrimento, Victor não especifica este segredo.
Então constrói com parte de cadáveres, um ser gigantesco e lhe dá vida. Quando a Criatura abre os olhos e respira, percebe que infundiu vida num ser que lhe causa horror e repulsa. Victor então cai num sono repleto de pesadelos; ao despertar, vê a face horrenda da Criatura a lhe contemplar; sai correndo desesperadamente pela noite chuvosa e só pára quando encontra, descendo de uma carruagem, o amigo de infância, Henry Clerval, que veio estudar em Ingolstadt. Eles vão à casa de Victor, o qual fica tão contente em não mais encontrar a Criatura que tem um ataque de riso, muito próximo à loucura, e desmaia. Victor fica acamado durante alguns meses, tendo, como enfermeiro, Henry. Ao ter a saúde restabelecida, Victor começa a estudar Literatura juntamente com Henry. Um dia, recebe a notícia de que William, seu irmão mais novo, estava morto. Ele retorna imediatamente a Genebra. Ao chegar, é impossibilitado de entrar porque era tarde da noite e os portões da cidade já estavam fechados. Então, visita o lugar onde seu irmão foi morto. Lá vê a Criatura e logo deduz que ela é a responsável pela morte de William. Ao chegar em casa, seu irmão Ernest diz que Justine Moritz era culpada pela morte da criança, porque a jóia que ele estava usando naquele dia foi encontrada em seu poder. Justine foi julgada e condenada ao cadafalso pelo crime. Melancólico com a morte de Justine, Victor vai passear pelas montanhas e encontra a Criatura; ela implora a Victor que ouça a sua história. Esse, movido pelo remorso, decide ouvila: após receber vida, vendo-se sozinha no laboratório, a Criatura pega algumas roupas e segue para a floresta. Ali, aprimora seus sentidos e aprende algumas coisas, como, por exemplo, a utilidade do fogo. Devido à escassez de comida, muda-se dali e refugia-se sob uma cabana. Nesse lugar, a Criatura observa, através de uma fenda na parede, o comportamento de seus moradores. Uma família composta por um velho cego, de nome De Lacey, e seus filhos Félix e Ágata. Eles viviam em Paris e tiveram seus bens confiscados porque Félix auxiliou um comerciante turco a fugir da prisão por acreditar em sua inocência. O turco, em gratidão, 7 prometeu-lhe a mão de sua filha Safie. No entanto, após a fuga, o turco volta para sua terra natal e tenta levar a filha com ele, mas a moça foge para viver junto ao seu amado. Como ela não sabia falar a língua inglesa, Félix começa a ensinar-lhe o idioma. Através dessa fresta, a Criatura assiste às aulas e aprende a falar. Logo depois, encontra uma pasta com alguns livros e toma conhecimento da leitura e da escrita. Nessa época, encontra, entre as roupas que trouxera do laboratório, o diário de Victor. Por meio dele, descobre a sua origem, quem era seu criador e passa a odiá-lo. Esse ódio aumenta quando a Criatura sente-se rejeitada pelos homens; primeiro, ela tenta uma aproximação com o velho De Lacey (que a acolhe carinhosamente), mas Félix o espanca e foge com sua família da cabana; em seguida, após salvar uma criança da morte, é ferida pelo homem que a acompanhava. Depois de se recuperar, a Criatura segue para Genebra, na esperança de encontrar seu criador. Um dia, enquanto descansava, vê um menino brincando na floresta. Ela acredita que aquela criança, por ser inocente, não iria rejeitá-la. Movida por esse impulso, agarra o menino, que começa a gritar que seu pai, o Sr. Frankenstein, a castigaria. Ao ouvir esse nome, a Criatura mata o garoto. Logo depois, encontra uma jovem adormecida num celeiro e coloca em sua roupa a jóia que retirou do garoto. Ao terminar sua história, a Criatura pede a Victor para criar uma fêmea para lhe fazer companhia. Victor concorda com essa idéia, desde que eles deixem para sempre os lugares habitados pelo homem. Por sentir repulsa em desenvolver seus trabalhos em casa, vai à Inglaterra. Nessa viagem, tem a companhia de Henry; no entanto, Victor desvencilha-se dele e vai para uma ilha quase deserta montar seu laboratório. Após construir o novo ser, Victor percebe que está cometendo outro erro e o destrói antes de lhe dar vida. Isso desperta a ira vingativa da Criatura, que promete acompanhá-lo em sua noite de núpcias. Victor abandona a ilha e, após adormecer num barco que tomou para se desvencilhar do cadáver, aporta na Irlanda. Lá, é acusado da morte de um homem, ninguém 8 menos que o seu amigo Henry. Ao ver o corpo, desespera-se e cai em coma profundo. Após recuperar a saúde, Victor é absolvido das acusações e volta a Genebra para se casar com Elizabeth. Desta forma, determinaria seu futuro: ou morreria ou destruiria a Criatura. Após o casamento, o casal segue para sua noite de núpcias. Victor arma-se e aguarda que a Criatura venha ao seu encontro. Enquanto inspecionava a hospedaria, ouve um grito terrível. Ele corre até o quarto e encontra Elizabeth morta no leito nupcial. Através das vidraças, vê a figura sinistra da Criatura. Victor saca a sua arma, atira, mas ela consegue sumir no lago. Depois disso, seu pai adoece e morre de desgosto. Movido pela vingança, Victor passa a perseguir a Criatura por várias partes do mundo; sofre muito durante essa perseguição, que só acaba quando fica preso num bloco de gelo no mar e é salvo por Robert. Assim termina a narrativa de Victor Frankenstein. O que segue foi descrito por Walton. Várias vezes, o capitão tenta arrancar informações sobre a criação da Criatura, mas o cientista sempre se nega a dar tal informação. A saúde de Victor foi piorando a cada dia, até culminar com a sua morte. Na noite em que isso ocorreu, Walton entra na cabina onde estava o corpo e se depara com a Criatura chorando abraçada ao cadáver. No entanto, agora é tarde para lamentações, como ele mesmo diz. A Criatura promete rumar para o Norte, onde acenderia sua pira funerária e, assim, encontraria seu fim. Dizendo isto, salta do navio e desaparece na escuridão infinita.
O Médico e o Monstro (The Strange Case of Dr. Jekill and Mr. Hyde) Robert Louis Stevensson
Capítulo 1
O advogado Utterson era um sujeito frio, concentrado, de poucas palavras, reservado, magro, alto, parcimonioso e melancólico, e tendo Richard Enfield, sendo o seu parente distante. Foram a uma ruazinha de um bairro comercial em Londres, onde próximo havia uma construção sombria de dois andares, cuja única porta, sem campainha nem batente, estava empenada e suja. Era a porta de um laboratório. Enfield e Utterson começaram a conversar sobre a porta. Aquele narrou que certa vez um homem (o qual Enfield não sabia descrevê-lo perfeitamente) esbarrou em uma menina (que tinha entre oito e dez anos) e passou em cima dela tranqüilamente. Pessoas da família formaram um grupo em torno da menina enquanto o homem continuava a andar. O homem era torturado sendo-lhe dito que se gozava de consideração perderia tudo, que seu nome seria amaldiçoado de um extremo a outro de Londres. Estipulou-se uma indenização (proposta pelo sujeito estranho) à família: cem libras. Para arranjar o dinheiro, o homem os arrastou àquela porta; tirou uma chave, entrou, voltou com dez libras em ouro e um cheque autêntico assinado com um nome muito conhecido, que figura muitas vezes nos jornais. O homem (odioso e parecido com Satanás, segundo Enfield) disse que ficaria com Enfield até os bancos abrirem e que ele próprio descontaria o cheque. O advogado Utterson quis saber o nome do indivíduo que atropelou a criança. Chamava-se Hyde. Utterson e Enfield combinaram de não mais referirem-se ao assunto.
Capítulo 2 Utterson regressou ao seu apartamento, foi ao escritório, apanhou do cofre um envelope que continha o testamento do Dr. Jekyll. No testamento, constava que em caso de falecimento de Henry Jekyll todos os seus bens passariam às mãos do seu “amigo e protegido Edward Hyde”, o que indignava o advogado. Este foi encontrar seu amigo Dr. Lanyon. Conversando, o Dr. Lanyon diz que há mais de dez anos Henry Jekyll tornou-se um mistério e começou a trilhar por caminhos errados. Dr. Lanyon, respondendo a Utterson, disse que nunca ouviu a respeito de Hyde. Em seu leito, o advogado imaginou a situação narrada por Enfield; enfim debateu-se com o problema. E queria ver o rosto de Hyde. Utterson começou a rondar a ruazinha cheia de lojas. Disse “Se ele é o Sr. Hyde eu serei o Sr. Seek”, fazendo um jogo de palavras com os verbos “to hide” (ocultar) e “to seek” (procurar) em inglês. Enfim, Hyde dirigia-se com a chave na mão à porta. Encontraram-se. Hyde disse a Utterson que não encontraria o Dr. Jekyll. Mas Utterson ainda não via o rosto de Hyde, que era pálido e baixo. Utterson pediu-lhe para poder ver seu rosto. Os dois olharam-se com firmeza durante alguns instantes. Utterson foi até a uma casa procurar pelo Dr. Jekyll. Foi atendido por um criado velho, Poole, mas o Dr. Jekyll não estava lá. Poole, em conversa com Utterson, comentou que Hyde tinha a chave da porta e que geralmente entrava e saía pelo laboratório. Utterson tinha o pressentimento de que Henry Jekyll estava em maus lençóis.
Capítulo 3
Quinze dias depois, Dr. Jekyll — homem grande, bem proporcionado, de rosto liso, beirando os cinqüenta anos — ofereceu um jantar a uns seis velhos amigos. Utterson perguntou aflito a Jekyll sobre seu testamento. Jekyll queria ter o assunto por encerrado, pedindo no final que caso morresse ajudasse Hyde.
Capítulo 4
Um crime incomum abalou Londres em 18 de outubro. Uma criada, por volta das onze horas, recolheu-se no quarto de sua casa (não longe do rio) para se deitar. Testemunhou dois indivíduos conversando (conversa que em princípio não parecia ser de grande importância), reconhecendo um certo Sr. Hyde em um deles, que repentinamente foi tomado por um ataque de cólera, batendo o pé no chão, brandindo a bengala, agindo como um louco e, enfim, assassinou o outro, pisoteando-o, descarregando-lhe uma chuva de pancadas. Sua bengala foi quebrada ao meio; um pedaço rolou para a sarjeta próxima, e o outro decerto foi levado. Junto à vítima, havia um envelope selado e fechado para o senhor Utterson, o qual a polícia lhe entregou na manhã seguinte. Utterson foi à delegacia de polícia, aonde o cadáver foi transportado, e reconheceu-o: era Sir. Danvers Carew. O advogado e o inspetor foram aonde mora o Sr. Hyde. A criada velha estava relutante em deixá-los entrarem, mas assim o fizeram, e encontraram a outra metade da bengala. O policial satisfez-se: confirmou-se que Hyde foi o assassino.
Capítulo 5
Utterson transpôs a porta da casa de Jekyll. Conduzido por Poole, foi ao gabinete de Jekyll, atravessando o anfiteatro de anatomia, outrora freqüentado por estudantes turbulentos, mas agora frio e silencioso. Jekyll parecia mortalmente enfermo. Estendeu a mão fria a Utterson e cumprimentou-o com uma voz transtornada. Falaram sobre o assassinato e Jekyll jurou nunca mais vê-lo, dando sua palavra de que o riscou do mundo, descartou-se dele. Utterson queria saber se foi Hyde quem ditou os termos do testamento a Jekyll no que se referia ao seu desaparecimento. Embaraçado e sem abrir a boca, acenou afirmativamente com a cabeça. Jekyll deixou com Utterson uma carta assinada por Edward Hyde, deixando a seu cargo o que fazer com ela. Utterson deduziu que a carta só poderia ter sido recebida pela porta do laboratório, ou escrita no gabinete. Utterson retornou à sua casa. Mostrou a Guest, empregado seu e perito em caligrafia, a carta. Guest analisou-a. Disse ser a letra muito singular. Ao compará-la com uma carta de Jekyll para um jantar trazida pela criada, Guest disse que em muitos pontos as caligrafias são idênticas; apenas inclinadas de forma diferente. Só naquela noite, Utterson foi ver a carta que já havia guardado no cofre. Disse que Henry Jekyll forjou-a para salvar um assassino.
Capítulo 6
Milhares de libras foram oferecidas em recompensa a quem descobrisse quem foi o assassino de Sir Danvers. Com a ausência malévola de Hyde, o Dr. Jekyll passou a ter uma vida nova, retomou relações com amigos, praticava o bem. Durante mais de dois meses, o médico viveu em paz. Depois, a casa de Jekyll ficou fechada para Utterson. Este resolveu procurar pessoalmente Lanyon mais tarde. Lanyon teve mudança em sua fisionomia, perdeu a cor saudável, emagreceu, e parecia mais calvo e velho. Utterson perguntou-lhe sobre Jekyll. Lanyon não queria ouvir sobre ele. Logo que Utterson chegou à sua casa, escreveu para Jekyll indagando a causa do infeliz rompimento com Lanyon. Recebeu uma resposta extensa dizendo que o desentendimento com Lanyon não tinha conserto. Este, tempo depois, entregava a alma a Deus. Na noite depois do funeral, Utterson, em seu escritório, lia uma carta confidencial a si. Dizia-se que enterrou um amigo e queria saber se isto lhe custaria a perda de um outro. Dentro, havia outro envelope avisando que não deveria ser lido antes da morte ou desaparecimento do Dr. Henry Jekyll. Queria ler, mas a honra profissional e a memória do seu falecido amigo não o permitiram. Jekyll, ao que parecia, exilava-se mais do que nunca no gabinete ao fundo do laboratório, onde muitas vezes chegava a dormir.
Capítulo 7
Utterson e Enfield passeavam em um domingo pela famosa rua. A porta e as três janelas, elas eram a parte posterior da casa de Jekyll. No pátio fresco e úmido, chamavam por Jekyll, pois havia uma janela que estava entreaberta. Falaram um pouco a Jekyll sobre sair de casa, mas ele se recusava. Propôs-se que conversassem como estavam. Jekyll sorriu aceitando, mas logo o sorriso desapareceu, surgindo uma expressão de terror. Aconteceu rápido como um relâmpago, pois Jekyll fechou instantaneamente a janela, mas foi o suficiente para deixar Utterson e Enfield com raiva.
Capítulo 8
Certa noite, Poole visitou o Dr. Utterson dizendo-lhe haver uma coisa sórdida. Foram ver o Dr. Jekyll. Este, em seu laboratório, disse a Poole, quando o invocou, que não receberia ninguém. Sua voz parecia muito mudada. Poole contou que era recebia a tarefa de ir a farmácias buscar medicamentos ao Dr. Jekyll. Conta também que certa vez foi à sala de anatomia, e quando Jekyll o viu chegar, deu uma espécie de grito e fugiu ao gabinete com pressa. Utterson entendeu que o médico estava com uma doença que deforma o doente, e por isso sua voz se alterava, evitava ver amigos, procurava com ansiedade um remédio. Para Poole, aquele não era Dr. Jekyll: calculava que fosse o Sr. Hyde. Utterson ameaçava o Dr. Jekyll de usar a força para entrar, se ele não abrisse a porta. “Por amor de Deus, tenha piedade!” soava a voz de Hyde. Então, arrombaram a porta. No meio do gabinete, reconheceram o corpo contorcido de Edward Hyde jazendo no chão. Procuravam por Jekyll, mas não o encontravam. Não tinha por onde escapar. Na mesa de trabalho, o advogado abriu um envelope e vários documentos caíram no chão. Ainda que com medo, leu uma carta de Henry Jekyll para si. Ele pedia a Utterson ler a narrativa de Lanyon. Saíram do laboratório, e Utterson foi ler as duas narrativas em que este mistério seria finalmente explicado.
Capítulo 9
Na narrativa de Lanyon, diz-se que Jekyll escreveu uma carta a Lanyon pedindo-lhe um favor: apanhar uma gaveta com substâncias químicas, em resumo. Lanyon não podia compreender o porquê desse favor, mas o fez em consideração a Jekyll. Lanyon foi à casa de Jekyll e de lá levou o conteúdo à sua própria casa, onde receberia um enviado de Jekyll. Este indivíduo, vestido ridiculamente, depois de entrar na casa de Lanyon (que o aguardava com uma arma, no caso de precisar defender-se em legítima defesa) e conversar consigo, tomou de uma só vez a fórmula: começou a transformar-se e Lanyon não entendia o que acontecia. Henry Jekyll aparece como um ressuscitado diante de Lanyon. Lanyon, na narrativa, diz a Utterson que, segundo confissão do próprio Henry Jekyll, a pessoa que havia entrado na casa era conhecida pelo nome de Mr. Hyde e perseguida pelo assassínio de Carew.
Capítulo 10
Henry Jekyll, enfim, confessa, em uma carta, ter utilizado uma fórmula que ocasionou o aparecimento de um eu — Edward Hyde (conceituado por Jekyll como “pura essência maléfica”) — em si. Hyde era repugnante, um sujeito mau, entregue ao pecado. Conta sobre a força que Hyde usava para se manifestar, ter sua liberdade. Finalmente, disse que punha ponto final à infeliz vida do médico infortunado chamado Henry Jekyll.
No dia 20/12/2008 encerramos oficialmente nossas atividades do ano com chave de ouro. Como o Espaço cultural do Museu Carlos Nobre de Guaíba lotado, foi apresentado ao público o Curta "A Cartomante". O comparecimento ao evento prova que em Guaíba há sim espaço e audiência para a Cultura e o Cinema. O coroamento de um ano dourado para o Núcleo se deu com um curta bem acabado, de uma equipe que se aprimora a cada produção. Está bem claro que os desafios crescem e nos levam a evoluir. A Cartomante será exibida em escolas e espaços culturais, bem como em festivais de vídeo e cinema do Brasil e do Exterior durante todo o ano de 2009.
Os desafios de 2009 são grandes e Núcleo Terra Cambará continua sua caminhada de aprimoramento. Duas semanas antes da estréia da Cartomante, nosso amigo Carlinhos nos visitara novamente e trouxe dois atores profissionais para debater a questão da atuação, eleita a questão a ser resolvida em nossas produções em 2009. Apollonio Cypriano e Evandro Elias, que participaram da produção "Netto e o Domador de Cavalos" falaram de suas carreiras e sobre o trabalho do ator para cinema e sua diferença para o teatro. As conversações continuam para que tenhamos uma boa preparação de atores para as próximas produções.